Afinal, do que fala essa história de chuva?
Sabem quando escrever a história não é suficiente? Quando é necessário falar dela pelos quatro cantos, comentar personagens, estrutura, desabafar acerca de enredo e até dos problemas que você mesma encontrou? Então. É o caso de "Caçadores de Tempestade". E é por isso que decidi escrever esse post. Não, ninguém veio me perguntar sobre nada disso. Ninguém me mandou inbox com comentários lindos sobre o livro. Ninguém me disse que estava, simplesmente, lendo. Na real mesmo, está difícil de acreditar que alguém esteja efetivamente acompanhando a história no Wattpad, a despeito dos meus exaustivos esforços de divulgação. Ser escritor é ser escravo dos pedidos suplicantes de leitura. Pelo menos até você ser capaz de atrair leitores por si mesmo - não é meu caso, infelizmente.
Pois bem, o fato é que o post não é sobre isso (ainda, porque estou planejando algo do tipo para semana que vem). O post é sobre a história, sobre os "Caçadores de Tempestade". Sobre tudo aquilo que ninguém me perguntou mas me deu vontade de falar.
Vamos conversar |
A história revisada mil vezes
Essa história nasceu da ideia de uma única cena, uma cena que pode ser lida no capítulo 2 (já online, corram lá) no Wattapad. Trata-se de uma festa de formatura onde uma menina com o cabelo muito negro tira uma pedra preciosa de entre os cabelos - uma esmeralda, na verdade. Todo o contexto em torno desse ato pode ser entendido lenda o livro. Mas caso você queira adiantamentos, dá para saber que essa menina é Lua Cheia, a dita "traidora" do grupo de amigos principais. Ela troca uma pedra cheia de poder por uma poção de amor - tudo na tentativa de reconquistar o ex-namorado. Sim, eu sei, é bastante clichê (ou vibe "Crespúculo", como uma vez me disseram). Eu também acho. Mas o fato é que esse tipo de coisa vende, além de ser obviamente uma cena típica de livro adolescente (mais uma vez: sabemos que jovens são os grandes fanáticos do mercado).
Jovem quando vê livro novo do autor favorito. |
Essa cena despontou em minha mente quando eu tinha por volta dos 15 anos. Na época, eu escrevia uma outra história (uma cuja divulgação jamais acontecerá, de tão ruim), o que gerou o adiamento de "Caçadores..." para um ano mais tarde, quando eu tinha 16 anos. Evidentemente, ainda que eu tenha escrito outras coisas anteriormente, CT não era uma obra de arte, considerando a minha idade quando sentei para desenvolver o enredo. Não era e, apesar de todos os anos que se passaram desde então (quase dez, façam as contas), continua não sendo. É uma história com muitíssimas falhas, problemas estruturais e carente de revisão e edição. É claro, cheguei a reescrever inúmeras cenas, ajeitar aqui e ali, editar e cortar uma série de parágrafos. Ainda assim, está longe do ideal. Tenho a sensação, aliás, de que ela jamais estará perfeita.
Ah, então por isso que você jogou no Wattpad? Por que você acha que não é boa o bastante para a publicação?
Não. Eu tenho a real (talvez cega) esperança de publicar esse livro em algum momento. O Wattpad é uma forma de tentar conseguir isso. Eu apenas joguei CT na plataforma porque é possivelmente a ideia de que mais me orgulho de ter tido. É a minha história favorita. É verdade, é a coisa mais falha que eu já escrevi, mas é também o livro pelo qual tenho mais apreço, por algum motivo que não sei explicar, apesar de todos os problemas gritantes.
Ok, mas o livro fala do que exatamente? Por que você é tão apegada a ele?
O livro fala de muita coisa, meu amigo. Resumidamente:
Eu acredito que essa sinopse dê conta do recado. Sobre eu ser apegada a essa história, aí já são outros 500. Acredito que o grupinho principal tenha características que me são muito semelhantes, cada um do seu próprio jeito, é claro. Temos cinco personagens que fazem parte de grupo: Raio, Trovão (que são irmãos), Lua Cheia, Solar e Relâmpago. O vínculo entre os dois primeiros possivelmente foi inspirado em Dean e Sam de Supernatural, com toda a coisa de amor entre irmãos, algo que eu sempre achei muito bem construído. Do mesmo modo, acho que são os dois personagens que mais se parecem comigo. Por exemplo: Raio tem a ideologia que uma vez, em minha vida, também carreguei. Ele é alguém idealista, cheio de atitudes precipitadas, e gosta muito (talvez até demais) de mandar. Ao mesmo tempo, Trovão é quem narra a história na maior parte dos capítulos*, o que me faz vê-lo como uma espécie de consciência externa. É como se os dois fossem minha imagem e semelhança,
*Alguns capítulos são narrados por outros personagens, sempre em primeira pessoa.
Se Trovão e Raio são parecidos comigo, os outros três são quase cópias de pessoas que eu conheço - embora com algumas alterações, é claro. Lua Cheia fisicamente é igual à minha melhor amiga: esguia, o rosto comprido e os cabelos negros demais. Ao mesmo tempo, ambas são pessoas inconsequentes. Solar, por outro lado, foi inspirada na minha avó materna, uma espécie de entidade maternal do grupo. Por fim, Relâmpago é o dito "médico": o único a cursar uma faculdade, a despeito do que se espera quando se termina o ensino médio*.
*sim, temos escola convencional no reino de Eulária. E não, não tem nada a ver com Hogwarts.
Mas por que esses nomes? Eles estão confundindo minha cabeça!
Eu sei, muitas pessoas chegaram a desistir de ler o livro por causa disso. Isso me fez questionar também. Mas acontece que eu queria algo que desviasse do mundo que conhecemos. Algo incomodativo no primeiro momento, algo que realmente fosse capaz de perturbar. E então dei a eles nomes e sobrenomes quase ridículos de tão óbvios. Todos os seres de Eulária possuem nomes de fenômenos naturais ou simplesmente coisas fornecidas pelo mundo - ou adaptações disso, como "Solar". A escolha para os três meninos (Raio, Trovão e Relâmpago) não foi ao acaso. Queria algo que mostrasse e gritasse que eles eram muito próximos. Tanto que chegavam a se confundir. Era algo proposital, jamais ao acaso. No entanto, hoje questiono se isso foi uma boa ideia.
Ainda tô confusa. |
Então quer dizer que eles têm nome, sobrenome, árvore geneológica?
Sim. Todos eles têm uma estrutura montada, com direito a dois sobrenomes, nome do pai, nome da mãe, história de vida, como nasceram, como cresceram, como são e quem são. Confesso que considerei postar essas coisas aqui, mas achei que o post ficaria grande demais.*
*e eu sempre duvido que alguém queira de fato ler a respeito.
É isso. Eu poderia passar dias escrevendo nesse post, mas acho que seria cansativo demais para vocês. De qualquer forma, você pode saber mais a respeito de Eulária lendo a história. Afinal, eu nunca pedi nada! Além disso, serão só 16 capítulos ao todo. Não é tão longo assim (apesar de os capítulos em si o serem). E o mais importante: vocês já pararam para pensar que é uma fantasia postada gratuitamente na internet, um livro mais barato do que qualquer um que vocês um dia encontrarão por aí? Tentem pensar nisso. Vocês me fariam muito feliz :)
Corre aqui para ler o prólogo ou corre aqui para ler o último capítulo postado (o de número 4), que foi ao ar essa semana.
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